A subida do preço do pão, nas padarias e revendedores do produto mais consumido pelas famílias angolanas, de 50 Kwanzas para 75 Kwanzas, 100 Kwanzas para 130 kwanzas, conforme o tamanho, está a asfixiar ainda mais a segurança alimentar das famílias angolanas. Considera o analista de factos sociais, Maurício Belengue.
Por Geraldo José Letras
Se desde o mês de Maio de 2023, para as donas de casa, ficou mais caro garantir o tradicional arroz com feijão aos domingos, e o consumo da kissangua, devido à subida do preço do kilo de feijão de 300 para 2.500 Kwanzas, o kilo de arroz de 200 a 1000 kwanzas, o açúcar, de 600 a 1.800 kwanzas, neste ano de 2024, o que vai deixar de exigir na mesa de muitas famílias é o pão para acompanhar o chá do habitual mata-bicho de segunda-feira a sábado.
Em causa está a subida do preço do pão nas padarias e revendedores do produto. Conforme o tamanho, o preço do pão disparou de 50 para 70 Kwanzas, de 100 para 130 Kwanzas.
Na província de Cabinda, os cidadãos já estão a comprar nas padarias “três pães 200 Kwanzas”.
Na Huíla, a população que diz-se agastada, começaram a comprar o pão ao preço de 75 Kwanzas contra os 50 kwanzas anteriores.
Na capital do país a frustração é geral, porque “sem o pão se vive”, disse a revendedora do produto mais consumido pelas famílias angolanas.
Mesmo sem gravar entrevista, alguns cidadãos oeste-africanos, proprietários de padarias em Luanda, justificaram a decisão da alteração do preço do pão devido à subida do preço da farinha de trigo e à desvalorização do Kwanza.
“Eu em particular não julgo os agentes económicos. É normal que os preços subam desta maneira. A vergonha mesmo é do governo que até ao momento não se preocupa com as subidas da matéria-prima. O trigo e outros componentes que dão o pão estão caros. E o governo vem dizer que a culpa é da guerra entre a Rússia e Ucrânia. Quer dizer, só porque os outros na Europa não se entendem, o governo tem que nos matar?”, desabafou o funcionário da padaria Vietname em Cacuaco, Carlos Kachicala.
Para o analista de factos sociais em Angola, Maurício Belengue, “João Lourenço que se mostra um fracasso na elaboração e implementação de políticas públicas desde 2017, está a asfixiar as famílias angolanas que já enfrentam um risco de segurança alimentar grave”.